Nesta edição, o módulo científico do Fórum de Debates da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (14ª BIAsp) será realizado em conjunto com o São Paulo Meeting, uma conferência internacional que promove, há dez anos, discussões transdisciplinares sobre os desafios urgentes da adaptação urbana.
O Forúm de Debates – SP Meeting da 14ª BIAsp acontecerá ao longo de quatro dias e incluirá conferências e sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos, em uma parceria entre o IABsp, organizador da Bienal, o INCT Klimapolis Brasil (CNPq) e o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, organizadores do SP Meeting.
Para a definição das sessões temáticas do Forúm de Debates – SP Meeting foi realizada uma chamada aberta que teve como resultado a seleção de 17 Sessões Temáticas que estão alinhadas com o tema da 14ª BIAsp “Extremos: Arquiteturas para um mundo quente”.
As inscrições de trabalhos para as Sessões Temáticas selecionadas (veja abaixo) estão abertas e podem ser enviadas até 10 de julho de 2025 pelo site da 14ª BIAsp.
Sessões temáticas selecionadas:
Arborização na mitigação e adaptação climática das cidades: novos paradigmas
Autoria: Rubens do Amaral
Como intervir nas cidades para que a natureza protagonize o bem-estar no meio urbano? Preservar florestas e reflorestar as cidades exige incorporar radicalmente o fluxo de carbono e a biodiversidade nas cidades como estratégia para formar microclimas resilientes. Esta sessão propõe reflexões sobre como configurar florestas urbanas multifuncionais e multiescalares, constituindo redes de infraestrutura verde, capazes de intensificar serviços ecossistêmicos essenciais – como produção primária, ciclo de nutrientes e formação dos solos. A ausência desses serviços nas cidades se traduz em ilhas de calor, alagamentos e desastres, frutos do distanciamento entre urbanismo e ecologia. Unir esses dois campos é essencial, considerando perspectivas sobre planejamento e manejo da vegetação urbana e do solo ao longo do sistema de espaços livres. O objetivo é inspirar novos paradigmas de arborização urbana que promovam o bem-estar e fortaleçam a resiliência climática a partir da integração entre a floresta de cima e a floresta de baixo.
Baixada Santista território anfíbio e pecilotermo
Autoria: Fabrício Ribeiro dos Santos Godoi
O impacto do mundo mais quente nas cidades litorâneas será ainda maior. É inevitável aprender a conviver com o aumento do nível dos mares e a obsolescência das infraestruturas. Assim será a Baixada Santista, tema transversal dessa sessão temática, cujo território urge por soluções inovadoras e radicais da arquitetura. Os cinco eixos propostos serão abrangidos pela sessão, que enfrentará temas como a ampliação da poligonal do porto, a necessidade de ampliação dos serviços portuários com a preservação das florestas e mangues, a abordagem histórica e contemporânea de infraestruturas de drenagem – de Saturnino de Brito aos episódios da maré invadindo a cidade, a impermeabilização e a densidade da cidade mais verticalizada do Brasil, os booms imobiliários, os prédios tortos, a grande obra do PAC – o túnel imerso – e a insistência em soluções rodoviaristas, as experiências em habitação oriundas de diferentes esferas político-ideológicas.
Patrimônio em risco: cosmologias ancestrais e ação climática
Autoria: Bruno Andrade
Esta sessão propõe uma virada decolonial no debate sobre patrimônio amefricano e emergência climática, focando nas cosmologias e práticas de resistência de comunidades tradicionais. Questionamos modelos hegemônicos de adaptação, que esvaziam seu potencial político de insurgência contra o racismo ambiental e a desordem histórica que consolida a segregação socioespacial.
Comunidades como a Aldeia Guató, a nação Mebengokré, Terreiros de Candomblé e Quilombos, apesar de expostos e vulneráveis, demonstram que a resiliência emerge de epistemologias radicalmente situadas, intrínsecas à sua memória e a forma como constroem e habitam. Buscamos abordagens de uma diversidade de sítios e comunidades tradicionais no Brasil e na América Latina que revelem caminhos para o mapeamento de valores culturais (cartografias, oralidade), avaliação de riscos (impactos e ameaças) e planos de ação climática (estratégias, políticas).
Esta sessão convida a uma transformação radical, sobre o papel do patrimônio (bio)cultural no combate aos extremos climáticos (caos) e o devir de habitar o Cosmos (ordem). Mais do que “incluir” saberes tradicionais em modelos arquitetônicos ou urbanísticos vigentes, almejamos uma reorganização completa da adaptação. Que formas de governança espiritual climática emergem da integração de saberes ancestrais e práticas comunitárias? Como as cosmopercepções dos povos tradicionais podem se traduzir em cidades mais justas, inclusivas e resilientes? Como a ação climática pode ser reimaginada a partir da ética do cuidado, reciprocidade e justiça pela permanência no território?
Verticalização, habitação social e justiça climática no sul global
Autoria: Fernanda Haddad
A verticalização enquanto modelo de habitação social no contexto das regiões metropolitanas e aglomerados urbanos do sul global, onde a desigualdade social e a segregação espacial das estruturas urbanas são agravadas pela crise climática, ainda permanece como alternativa predominante.
As políticas habitacionais que utilizam a verticalização e a homogeneização das técnicas construtivas, desconsiderando os biomas, são políticas colonialistas, que subjugam o meio ambiente, a população local e as diferentes formas de morar. Neste contexto, espera-se que essa sessão temática suscite a discussão de aspetos relevantes da problemática que envolve a prática da habitação social verticalizada nas cidades do sul global diante dos desafios da justiça climática.
Construir com terra estabilizada: a importância do sul global para o uso da terra na construção
Autoria: Rodrigo Amaral do Prado Rocha
Esta sessão incentiva trabalhos que explorem técnicas, inovações e impactos socioambientais da construção com terra estabilizada, promovendo diálogos interdisciplinares com: patrimônio cultural (saberes tradicionais e identidade territorial), sustentabilidade (redução de CO₂, gestão do solo e economia circular), políticas públicas (normas técnicas como a ABNT e integração a programas habitacionais) e tecnologias convergentes (biomateriais, pré-fabricação e automação). Objetiva-se superar a visão reducionista da terra como material primitivo, sensibilizando profissionais e mercado sobre seu potencial contemporâneo, mediante aplicações práticas (detalhamento, execução, patologias e compatibilização com instalações), estratégias de difusão (documentação técnica, casos globais – especialmente Sul Global) e abordagens transdisciplinares (engenharia e ciências sociais). Busca-se fomentar pesquisas que unam tradição e inovação, além de estratégias de comunicação para arquitetos, construtores e sociedade, destacando a terra estabilizada como solução sustentável, alinhada à eficiência de recursos e justiça socioambiental.
Federalismo climático e desenvolvimento urbano local sustentável
Autoria: Alexandre Fontenelle-Weber
No desenho federativo brasileiro, o sucesso de implementação da ação climática na ponta depende da coordenação entre atores de diferentes níveis. Isso envolve traçar objetivos climáticos, fortalecer capacidades e criar instrumentos que estejam alinhados à variedade dos contextos regionais, municipais e territoriais e que considerem o impacto do clima sobre quadros históricos de desigualdades e vulnerabilidades socioespaciais que se explicitam nos desafios de transporte, moradia, gestão de resíduos, entre outros temas.
Esse exercício exige aproximar diferentes interlocutores. A proposta é organizar um debate e uma oficina ao longo de um período, congregando: (i) representantes do governo federal (pasta de cidades e meio ambiente), (ii) organizações que têm trabalhado o tema do federalismo climático brasileiro, como a FNP, ABM, GIZ, C40, ICLEI, WRI e o próprio Instituto ZeroCem, (iii) membros da academia que tem desenvolvido pesquisas sobre o tema, como a FGV, e (iv) movimentos socioambientais com perspectivas locais.
El monitoramiento climatico en las investigaciones latinoamericanas
Autoria: Silvia Maciel Savio Chataignier
As pesquisas em mudanças climáticas partem de observações dos fenômenos ambientais e, fundamentalmente, estão baseadas em dados científicos medidos em sítios específicos, indicados em mapeamentos prévios como pontos de interesse especial. O conjunto dessas informações se transforma em conteúdo científico nas mais diferentes áreas de conhecimento, inclusive na arquitetura e no urbanismo. Nossa proposta é destacar a importância do trabalho de campo, como monitoramento da situação climática. Consideramos o monitoramento baseado em metodologias cruzadas. Por consequência, como desdobramento deste conhecimento específico, destacamos as etapas envolvidas nesses processos de pesquisa: o desenvolvimento de dispositivos, sensores; a coleta de dados; as análises posteriores; modelos de dados e propostas baseadas no monitoramento prévio. Pensar o desenvolvimento sustentável engloba a transdisciplinaridade e o trabalho coletivo, sem o qual urbanistas não se aproximariam da complexidade ambiental enfrentada hoje. Convidamos ao debate sobre o monitoramento como parte de uma contribuição consistente e transversal as urgências planetárias.
Planos comunitários de redução de risco em tempos de crise climática
Autoria: Fernanda Accioly Moreira
A sessão temática propõe discutir experiências e estratégias metodológicas na elaboração e implementação de instrumentos de planejamento popular voltados à promoção da justiça socioambiental e climática em territórios populares, a exemplo dos planos comunitários de redução de riscos e adaptação climática e dos planos de bairro – instrumentos que atuam com diferentes escalas, a partir de processos participativos. A sessão abordará a urgência de soluções integradas para enfrentamento dos desafios climáticos, que articulem o conhecimento técnico e os saberes locais, e que envolvam ativamente as comunidades em todas as etapas do processo para fortalecer sua autonomia e a construção da capacidade de resposta coletiva diante de eventos climáticos extremos. Serão apresentados avanços e desafios dessas iniciativas, valorizando tanto os aprendizados metodológicos quanto os impactos práticos nos territórios. O debate reunirá especialistas diversos (pesquisadores, gestores públicos, urbanistas, representantes de movimentos sociais, universidades e organizações da sociedade civil) combinando apresentações estruturadas com diálogos abertos.
Shared mobility – Urban planning nexus for accelerating urban mobility system
Autoria: Aksel Ersoy
Urban mobility is an essential component of people’s everyday activities, and is directly affected by the rapid increase in the urban population, unplanned urbanization, and the changing socioeconomic conditions. It is a major determinant of quality of life, public transit, employment, education and health care. Moreover, having access to efficient urban mobility systems remains one of the fundamental issues for policy makers, especially in large cities and densely populated neighbourhoods. To address some of these challenges, shared mobility – urban planning nexus offers opportunities for enabling spaces for collaborative urban planning and governance practices. Such nexus can serve as a vehicle to explore the changing dynamics of urban challenges during which experimentation is used to inform urban practice. Our session focuses on how the application of this approach in cities can contribute to the sustainable transitions of urban mobility systems while promoting active mobility and energy transition in public transport.
Cidades em crise climática: planejamento e resiliência em territórios vulneráveis
Autoria: Angelica Benatti Alvim
A sessão convida trabalhos que analisem criticamente como instrumentos de planejamento urbano, territorial e habitacional têm (ou não) contribuído para enfrentar os desafios da crise climática em territórios vulneráveis. Interessa-nos explorar a articulação — ou sua ausência — entre planos diretores, políticas habitacionais e estratégias de adaptação, especialmente em contextos marcados por desigualdades socioespaciais, ocupações em áreas ambientalmente sensíveis e ausência de infraestrutura. Partimos do reconhecimento de que esses territórios são os mais expostos aos impactos dos eventos extremos e, ao mesmo tempo, os menos contemplados por políticas públicas eficazes.
A partir do conceito de resiliência urbana — entendido como capacidade de adaptação, transformação e reorganização diante de crises contínuas — buscamos contribuições que questionem os limites do planejamento tradicional e proponham alternativas integradas, justas e transformadoras. Serão valorizadas experiências e análises que articulem o direito à moradia, a justiça climática e a reestruturação territorial, ampliando o escopo das políticas públicas para além da mitigação de riscos.
Rethinking office buildings: adaptive reuse as urban strategy
Autoria: Elena Guidetti
Cities worldwide are increasingly confronted with the obsolescence of office buildings, particularly those constructed between the 1960s and 1980s. Often functionally redundant and technically outdated, these structures—much like the abandoned factories of earlier decades—now represent a latent resource. This session explores adaptive reuse as a critical architectural and urban strategy, capable of transforming such buildings through minimal intervention and maximum retention. Positioned between heritage conservation and climate-conscious transformation, adaptive reuse offers a meaningful alternative to demolition by engaging with the embodied energy and material continuity of the existing fabric. We welcome contributions, including case studies, theoretical reflections, or interdisciplinary perspectives that address the architectural, environmental, and social dimensions of reusing vacant office stock. Of particular interest are projects that reimagine these buildings for housing, public infrastructure, or hybrid programs through design, policy, or technical innovation. The session aims to frame adaptive reuse as a proactive, low-carbon response to today’s urban and ecological urgencies.
Para além da arquitetura: o papel do arquiteto na crise climática
Autoria: George Alexandre Ferreira Dantas
Diante das urgências climáticas e sociais do Antropoceno, está sessão propõe repensar o papel do arquiteto como agente de transformação territorial e incorporador de futuros. Mais do que projetar edifícios, trata-se de atuar com responsabilidade política e ética sobre o solo urbano, articulando projeto, incorporação, justiça espacial e regeneração. A partir de práticas que cruzam arquitetura, urbanismo, ativismo e desenvolvimento imobiliário, buscamos reunir trabalhos teóricos e práticos que expressem essa atuação: habitação social liderada por arquitetos, ocupações regenerativas, retrofit sustentável, novas metodologias de impacto social e abordagens que integrem estética, ecologia e viabilidade. Busca estimular assim a reflexão crítica sobre a autonomia profissional frente a modelos concentradores, às possibilidades de mediar conflitos, de atuar com inovação e de regenerar ecossistemas urbanos. Um convite a pensar e discutir novos imaginários e horizontes, com responsabilidade e potência criativa para regenerar o que (e para quem) é possível (e para além do possível).
Soluções baseadas na natureza para espaços públicos: a reinvenção da cidade pelo ciclo da água
Autoria: Pierre-André Martin
Esta sessão propõe refletir sobre o papel transformador das Soluções Baseadas na Natureza (SbN) na reconfiguração ecológica, simbólica e social dos espaços públicos urbanos. Inserida no segundo eixo temático da 14ª BIAsp – Conviver com as águas –, a proposta parte de experiências que aliam arquitetura, urbanismo e paisagismo à regeneração de ecossistemas, valorizando estratégias que fortalecem a resiliência territorial e a justiça climática.
Serão apresentadas iniciativas que vão da renaturalização de corpos hídricos e estabilização de encostas à reconversão de infraestruturas urbanas e arquitetônicas com materiais de baixo impacto, paisagens produtivas e educação ambiental. Entre os destaques, três experiências desenvolvidas no contexto do Parque Orla Piratininga (POP), em Niterói (RJ), liderado pelo Consórcio POP, com atuação direta de Pierre-André Martin (Ecomimesis), Renata Gilio (KAAN Architecten) e Raquel Cruz.
Como desdobramento, será também apresentado o projeto da Biblioteca UFSCAR – Lagoa do Sino, concebido como novo centro cívico do campus, cuja arquitetura em taipa e madeira certificada articula saberes vernaculares e soluções ambientais contemporâneas.
A sessão convida ainda à participação de outras experiências nacionais e internacionais — urbanas, periféricas ou naturais — que abordem a convivência com a água como ferramenta de reestruturação urbana, regeneração ambiental e inclusão social, contribuindo para uma agenda ampla de inovação em infraestrutura ecológica sensível ao território.
Entre políticas e práticas: territórios populares frente à emergência climática
Autoria: Maria Isabel Imbrunito
A sessão propõe discutir as múltiplas formas de produção e transformação da habitação social em territórios populares, com foco nas desigualdades socioambientais e nos impactos das mudanças climáticas. Serão reunidos estudos que analisem tanto a ação do Estado — cuja produção habitacional em larga escala frequentemente gerou espaços insustentáveis e vulneráveis — quanto as iniciativas autônomas da população. A proposta contempla pesquisas sobre políticas públicas, conflitos territoriais, estratégias de adaptação e participação social, com atenção especial às experiências de grupos social e politicamente marginalizados, como mulheres, pessoas idosas e população racializada. Ao promover o intercâmbio entre perspectivas diversas, a sessão busca contribuir para o debate crítico sobre justiça climática e o direito à moradia, enfatizando o papel estratégico que o tecido habitacional desempenha na discussão ao agravar ou mitigar a crise climática.
The urban microclimate: a thermal construct of socio-environmental imprints (reforesing cities)
Autoria: Mariami Maghlakelidze
Anthropogenic land-use changes, driven by rapid urban expansion and rising population pressures, have significantly exacerbated climate change, intensifying the urban heat island effect (UHI) and raising levels of airborne pollutants. Global forests, indispensable carbon sinks that sequester up to approximately 7.6 gigatons of CO₂ annually, play a vital role in moderating local microclimates through evapotranspiration, wind, and albedo modulation, enhancing thermal comfort, improving air quality, and supporting ecological and human well-being. However, their extensive decline throughout the Anthropocene has substantially heightened urban vulnerability to a spectrum of environmental and climatic stressors. This study employs a comparative framework utilizing Geographic Information Systems (GIS) and advanced computational fluid dynamics (CFD) modeling to assess the efficacy of reforestation and forest structural designs in reducing land surface temperature (LST), augmenting evapotranspiration, and generating localized ‘urban cool islands’. Supporting integrative climate adaptation strategies that alleviate climate-driven heat stress while fostering urban resilience and ecological integrity.
Como a ciência pode apoiar a reutilização sustentável de áreas de conversão em metrópoles?
Autoria: Martin Gegner
Esta sessão examinará como diferentes disciplinas científicas — planejamento urbano e regional, design urbano, sociologia, geografia, projetos interdisciplinares — podem apoiar, acompanhar ou até mesmo iniciar a transformação de antigas áreas industriais e de infraestrutura em uso sustentável. São necessários estudos de caso e estudos teóricos e metodológicos. O foco da apresentação será a questão da interação entre análise científica e implementação prática por parceiros não científicos. O contexto metodológico e teórico também deve ser claramente destacado nos estudos de caso. A sessão não será apenas interdisciplinar, mas também fornecerá insights interculturais. Portanto, será dada atenção especial à transferibilidade de soluções entre diferentes países ou mesmo continentes.
Bairros solares e arquitetura climática: estratégias urbanas integradas para um mundo quente
Autoria: Ricardo Calabrese
A crise climática e a intensificação dos eventos extremos impõem novos desafios ao urbanismo contemporâneo, especialmente em regiões vulneráveis. Este estudo propõe uma reflexão ampliada sobre os bairros solares como estratégia arquitetônica integrada à transição energética, à resiliência urbana e à descarbonização, articulando essa abordagem a outras soluções sustentáveis para um mundo mais quente, como infraestrutura verde, sombreamento urbano e arquitetura bioclimática. A partir de revisão bibliográfica e análise comparativa de experiências internacionais (Japão, Dubai, Áustria e Alemanha), avalia-se o potencial desses modelos no contexto brasileiro, que, apesar de avanços na geração fotovoltaica, ainda carece de articulação entre energia e planejamento urbano. Os resultados indicam que os bairros solares, quando implementados com políticas públicas integradas, incentivos econômicos e participação comunitária, podem reduzir significativamente as emissões, aumentar a autonomia energética e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Conclui-se que sua replicação depende da integração com outras estratégias arquitetônicas para cidades mais resilientes e sustentáveis.
CRONOGRAMA
26/03/2025 a 15/05/2025 | Inscrições de Sessões Temáticas |
10/06/2025 | Publicação das Sessões Temáticas Aprovadas |
10/06/2025 a 10/07/2025 | Chamada de Trabalhos para Sessões Temáticas |
31/07/2025 | Publicação dos Trabalhos Aprovados em Sessão Temática |
01/09/2025 | Envio dos trabalhos completos |
25/09/2025 a 28/09/2025 | Fórum de Debates + SP Meeting |
Mais informações, edital e formulário de inscrições estão disponíveis no site da Bienal.