ATA DA MOSTRA ESPAÇOS E CONTEXTOS NO AUDIOVISUAL – IABsp 80 ANOS

Última atualização em: 07/10/24 às 12h

ATA REUNIÃO DO JÚRI
28.09.2024/ on-line
Participantes: André Scarpa, Felipa Anastácia e Laura Artigas

SELECIONADOS:

  1. Deixa (ficção, RJ)
  2. Transviar (EV/doc, ES)
  3. Oó – Identidade, território e habitat guarani (doc/reportagem, SP)
  4. Faustina – Música Para Viver (doc/reportagem, SP)
  5. Roberto Baggio (EV, BA-SP)
  6. Soteropolitanas (doc/reportagem, BA)
  7. Domingo no Golpe (EV/doc, SP)
  8. Milonga Lejana (ficção, RS-Uruguay)
  9. Carbonizado (doc/reportagem, SP)
  10. Fui na Feira (EV/doc, SP)

*EV – Ensaio Visual
*doc – documentário

Propostas de Debates:

  • Mariana Jaspe (Deixa) – mesa de debate
  • Identidade Guarani – processo
  • Carbonizado (Incêndios – Tema da Hora)
  • Faustina (Várias Fitas – coletivos audiovisuais da periferia)

Relatório do Júri/ Proposta de Texto para abertura:

A mostra audiovisual da exposição de 80 anos do IAB São Paulo tem como propósito expandir o debate da Instituição para toda sociedade civil. O audiovisual é uma ferramenta popular e poderosa para unir saberes e derrubar fronteiras entre as diferentes áreas do conhecimento.

Os 60 filmes inscritos para mostra apresentaram diversidade de formato, linguagem, temática e vieram de diferentes regiões do Brasil, comprovando o momento fecundo para a produção audiovisual nacional.

A seleção para os 10 filmes foi permeada por boas conversas, e em meio a alta qualidade da maioria dos inscritos. O júri se pautou por trazer amostras de diferentes linguagens, abordagens cinematográficas, temáticas relevantes e produzidas em diferentes regiões do país.

“Deixa” e “Milonga Lejana” são duas ficções com muita qualidade no roteiro e na execução fílmica. Ambos são centrados respectivamente em um único cenário, em um protagonista que espera. “Deixa” é protagonizado pela grande atriz Zezé Motta e conta a história de uma mulher que aguarda seu marido sair da prisão. Já “Milonga Lejana” tem como enredo o dia-a-dia de um exilado político uruguaio vivendo sozinho em uma cabana isolada no litoral gaúcho, enquanto espera a queda do regime militar em seu país.

“Domingo no Golpe”, “Fui na Feira” e “Roberto Baggio” são ensaios visuais nos quais imagens, editadas de maneira dinâmica e criativa, constroem uma narrativa cronológica.
“Domingo no Golpe” revela os impressionantes e tristes bastidores da depredação dos edifícios da Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 08 de janeiro de 2023.
Do amanhecer ao meio da tarde, “Fui na Feira”, acompanha com vivacidade a montagem, o funcionamento, as interações humanas dos comerciantes da feira livre no bairro da Aclimação, região central de São Paulo.
Já “Roberto Baggio” é um relato pessoal sensível sobre a transformação da sociedade ao longo dos anos 1990, tendo como fio condutor o famoso pênalti que deu o tetracampeonato ao Brasil na Copa do Mundo de 1994.

“Soteropolitanas”, “Oó – Identidade, território e habitat guarani”, “Faustina – Música Para Viver ” e “Transviar” são documentários centrados em depoimentos de pessoas e levantam temas essenciais para o contexto social do país.

Em “Faustina – Música para Viver”, a protagonista, uma mulher negra periférica, emociona ao narrar como a música transformou sua vida.

“Oó – Identidade, território e habitat guarani”, falado em guarani e produzido por um coletivo indígena, mostra os desafios desse povo em manter suas tradições em meio às políticas de apagamento.

Com toques de poesia visual, embalada por lindas imagens de Salvador, “Soteropolitanas” traz à luz a trajetória de luta de diferentes mulheres e da relação delas com as religiões de matriz africana.

Filmado em 16mm, “Transviar” conta a história de uma tradição local, a produção das panelas de barro, sob a ótica de uma artesã mulher trans.

E por fim, “CARBONIZADO o protagonismo mudo de uma história apagada”, o filme mais recente entre os inscritos, denuncia os efeitos das mudanças climáticas nas cidades. Tópico urgente. O documentário mistura relato pessoal e linguagem jornalística para mostrar um foco de incêndio no bairro de Perus, em São Paulo.

Durante o debate do júri surgiram as seguintes ideias para debates com os cineastas:

PROPOSTAS DE MESAS DE DEBATES:

– Mariana Jaspe (Deixa)
Diretora, mulher negra com uma trajetória em ascensão no audiovisual, pode falar de seus desafios e de como foi dirigir a grande Zezé Motta.

– Identidade Guarani – processo
Documentário que ganhou proac e foi feito em mutirão por uma equipe indígena.
Entender o processo de fazer um filme de forma coletiva, e abordar a pauta dos territórios indígenas e da manutenção das línguas dos povos originários.

– Adriano Gomez (Carbonizados)
Falar sobre o efeito das mudanças climáticas na cidade de São Paulo, e como elas afetam principalmente as periferias.

– Coletivo Várias Fitas (coletivos audiovisuais da periferia)
Há um grande movimento de coletivos audiovisuais e cineclubes nas periferias do país. Entender como cinema e território se tornam sinônimos nesses grupos de cineastas.