Apesar de o movimento de valorização da favela e das periferias ter crescido desde o início dos anos 2000, permaneceu a “política do deixar morrer” nos territórios que são majoritariamente ocupados por pessoas negras. Nesse contexto, a ausência do Estado diante de eventos climáticos extremos é, na verdade, mais um instrumento da política de genocídio da população negra. Isso é racismo ambiental.
Por isso, o IABsp e cerca de 140 organizações da sociedade civil, entre organizações do movimento negro, ambientalistas, de pesquisa, de reforma urbana e dos direitos humanos, lançaram a carta “Emergência Climática no Brasil: A necessidade de uma adaptação antirracista”. O documento com reivindicações concretas ao poder público e ao setor privado para combater o racismo ambiental e climático sustenta a iniciativa “Adaptação Antirracista”. A carta será entregue inicialmente ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, seguindo uma agenda estratégica de mobilização em âmbito nacional.
As organizações também destacam a necessidade de participação da iniciativa privada, especialmente na adoção de práticas responsáveis para com a sociedade e o meio ambiente. Além disso, aponta diretrizes de direitos humanos e promoção de medidas antirracistas de resiliência e sustentabilidade nas cidades, no campo e nas florestas, interconectadas com os demais direitos humanos, como o direito à saúde, à moradia e à educação.
Confira a carta na íntegra no link e compartilhe: http://adaptacaoantirracista.org.br