MCMXXI
Verão de 1921
O mundo vivia os reflexos
da primeira Guerra Mundial
Governava o país Epitácio Pessoa e a capital da República
era o Rio de Janeiro.
Reunidos na sala de História e Teoria da Arquitetura da
Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, vinte e sete engenheiros
estabeleceram a fundação do Instituto Brasileiro de
Arquitetura, mais precisamente às 16 horas do dia 26 de janeiro
de 1921. O arquiteto Gastão da Cunha Bahiana foi eleito o
primeiro presidente.
Entretanto é preciso registrar que os documentos mais antigos
do Instituto fazem referências e associam sua criação
à transformação urbana do Rio de Janeiro, no
início do século, época de cenário adequado
ao surgimento de associações.
Citações referentes à fundação
de um Centro de Arquitetos e Construtores do Rio de Janeiro, em
08 de outubro de 1903, suposição que transparece no
primeiro boletim do Instituto, publicado em meados de 1935: “si
hoje em dia é de lamentar a indiferença do meio brasileiro
em matéria de arquitetura, qual seria a situação
real, sob esse ponto de vista, há vinte anos atras? (no caso,
1901). Naquela época – como muito bem disse, então,
um de nossos consócios – qualquer comparação
entre o Rio de Janeiro e as cidades africanas levantadas pelos colonos
franceses, belgas e ingleses, nos seria desfavorável. Entretanto,
após a remodelação desta capital, sentiu-se
na stratosphera, os primeiros indícios de melhores tempos.
Era, pois, oportuno, um movimento de coordenação entre
os elementos da incipiente família de arquitetos, era necessário
dar início a um trabalho sistemático em prol dos interesses
superiores da nossa profissão, tornando-a conhecida do público
e das autoridades...”
Portanto, embora a criação do Instituto seja institucionalmente
datada de 1921, parece inegável que as condições
para o seu aparecimento remontam ao início do século,
provavelmente no governo de Rodrigues Alves, em fins de 1902.
Os primeiros momentos após a criação do Instituto
foram dedicados à divulgação da arquitetura,
através da organização de uma campanha para
a realização de concursos públicos de arquitetura;
à preocupação com o exercício profissional,
através do estabelecimento de uma tabela de honorários
que pudesse servir de parâmetro para a remuneração
dos serviços.
A divulgação da profissão e a preocupação
com a formação e o exercício profissional são
aspectos que têm ocupado os debates da categoria e do Instituto
ao longo de toda a sua existência.
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